ESCRITO POR RAYMUNDO ARAUJO FILHO
02-SET-2008 – Fonte:
Correio da Cidadania02-SET-2008 – Fonte:
Creio que o Grito dos Excluídos assumindo de forma impessoal as Bandeiras de Luta descritas não vai avançar muito. E de forma alguma quero desmerecer a iniciativa, da qual tantas vezes já participei por este Brasil. E devo participar da próxima, em algum dos atos.
Mas, acho que esta etapa da luta, passado todo este tempo da eleição do Lula - que teve a sua candidatura fermentada e sustentada pelos Movimentos Sociais -, algo mais tem de ser dito, além das palavras de ordem, afinal bradadas, pelo menos para a platéia, por todo o espectro do que se chama esquerda. Do PT e PC do B ao PSB, permeando todas as entidades sindicais e "representantes" do Movimento Social, como sabemos, quase que totalmente apelegados ou subservientes ao poder. Além dos setores de esquerda do espectro oposicionista ao que está aí.
Penso que a hora é outra. É hora de rompermos com a confusão programada, onde opostos se unem em torno do abstrato, isto é, das palavras de ordem.
Desconfio que a hora agora não é a do consenso, mas sim do dissenso. É através da explicitação das diferentes conduções e apoios políticos que vamos elucidar à população o que está ao lado do quê. E quem está do lado de quem.
Política eficaz é a ação direta. São as situações em que a denúncia dos algozes do povo é dita sem slogans e sem subterfúgios. Atos públicos, embasados em palavras de ordem, que reúnem opostos, não empolgam a ninguém. A não ser os seus organizadores que ficam regozijados e reconhecidos na reafirmação estéril de bandeiras, sem que se possa identificar quem verdadeiramente luta por elas.
Quero dizer com isso que a hora é de denunciar quem são os executores e apoiadores destas injustiças, transformadas em bandeiras e lutas gritadas em atos que, pelo que vejo, reunirão no mesmo palanque alhos e bugalhos, algozes e vítimas.
Desenvolvo a tese e a prática (e não sozinho) de que é necessário jogar nos ombros de quem é (são) encarregado(s) da execução das atuais políticas excludentes a responsabilidade destes atos.
Em ordem hierárquica e de importância política, a meu ver, temos: 1) Lula, 2) o PT, 3) os partidos, sindicatos e "representantes" dos movimentos sociais e ONGs de "apoio" à base aliada do governo, além dos movimentos religiosos e clericais idem, 4)cientistas, intelectuais e artistas corrompidos ideológica e comercialmente pelas benesses oferecidas.
Poderiam me perguntar se não vou responsabilizar os militares, os donos do capital, os caciques dos partidos de direita, a imprensa burguesa e que tais.
Respondo dizendo que os acho culpados pela exploração secular dos pobres. Mas não responsáveis por estar com esta "bola toda" mesmo depois de terem sido fragorosamente derrotados pelo povo brasileiro na primeira eleição de Lula e, já de forma enganada, rejeitados por este povo na reeleição do presidente entreguista que temos.
Refiro-me mais acima aos verdadeiros e definitivos responsáveis por terem permitido a secundarização do papel de protagonistas que deveria ter o povo, após décadas de resistência à ditadura militar, até a eleição daquele que teria o compromisso de reservar a ribalta para o povo, e não colocá-lo, com apoio de quem foi derrotado, na situação de figurantes em uma peça, cujo roteiro vem escrito ‘de fora’.
Assim, prezados organizadores do Grito da Terra, espero ver nas falas dos Atos Públicos do Grito da Terra palavras verdadeiras e objetivas, e não composições mentirosas, entre alhos e bugalhos, em torno de brados abstratos, sob bandeiras que unem no mesmo palanque traídos e traidores. Que se dê a palavra a pessoas que por lá apareçam avulsamente (e não só a representantes e dirigentes de aparelhos políticos), transformando em prática as palavras da teoria democrática.
Pão para quem tem fome! Liberdade de palavra para quem tem o que dizer!
Todo o apoio à luta dos trabalhadores, contra a exploração e pela autonomia social solidária.
Raymundo Araujo Filho é médico veterinário homeopata e colabora em sites e listas de discussão política.
CLAMOR NACIONAL DOS EXCLUÍDOS
ESCRITO POR WALDEMAR ROSSI
02-SET-2008 – Fonte: correio da cidadania
"Em primeiro lugar, a vida". Assim começam os cartazes, jornais e folhetos que nos falam do 14º Grito dos Excluídos deste ano de 2008 e que se realiza no Brasil desde 1995. Tendo se iniciado naquele ano, o Grito se tornou continental e acontece em vários países latino-americanos no dia 12 de outubro, dia do início da invasão dos europeus à América Latina e também consagrado à padroeira do Brasil.
As informações que nos chegam indicam que sua organização e realização vêm crescendo a cada ano, multiplicando-se as iniciativas por várias cidades do país. O número de participantes tende também a crescer, principalmente entre a população jovem, o segmento da nossa população mais atingido pelo desemprego (aproximadamente 40%), ocupações com baixos salários, falta de escolas ou ainda escolaridade de baixo nível, entre tantos outros problemas que afetam suas vidas.
A falta de perspectivas de vida com segurança leva parcelas importantes da juventude a buscar um espaço onde possam dar seu grito, ter sua voz ouvida. Um desses espaços tem sido a caminhada do Grito dos Excluídos, pois é assim, excluído, que o jovem brasileiro se sente.
02-SET-2008 – Fonte: correio da cidadania
"Em primeiro lugar, a vida". Assim começam os cartazes, jornais e folhetos que nos falam do 14º Grito dos Excluídos deste ano de 2008 e que se realiza no Brasil desde 1995. Tendo se iniciado naquele ano, o Grito se tornou continental e acontece em vários países latino-americanos no dia 12 de outubro, dia do início da invasão dos europeus à América Latina e também consagrado à padroeira do Brasil.
As informações que nos chegam indicam que sua organização e realização vêm crescendo a cada ano, multiplicando-se as iniciativas por várias cidades do país. O número de participantes tende também a crescer, principalmente entre a população jovem, o segmento da nossa população mais atingido pelo desemprego (aproximadamente 40%), ocupações com baixos salários, falta de escolas ou ainda escolaridade de baixo nível, entre tantos outros problemas que afetam suas vidas.
A falta de perspectivas de vida com segurança leva parcelas importantes da juventude a buscar um espaço onde possam dar seu grito, ter sua voz ouvida. Um desses espaços tem sido a caminhada do Grito dos Excluídos, pois é assim, excluído, que o jovem brasileiro se sente.
Objetivos do 14º grito nacional
Como bem define seu lema, o Grito de 2008 quer colocar em debate a defesa da vida humana em todas as suas dimensões, desde a concepção à sua defesa em plenitude para todos, não apenas para os detentores do poder e do dinheiro. Visa também a:
- lutar por uma política econômica que respeite – em primeiríssimo lugar – os direitos políticos, sociais, econômicos, culturais e ambientais do povo brasileiro;
- dar seu grito pelo direito inalienável de ter um rigoroso controle social sobre os serviços básicos, fazendo uma crítica radical ao processo de mercantilização dos serviços como a água, energia, telefonia, educação, saúde, transporte, entre outros tantos;
- ser um apoio a todas as formas de lutas dos povos explorados, contra toda forma de imperialismo (como o Tratado de "Livre" Comércio), a militarização e a exploração do chamado Terceiro Mundo através das dívidas públicas.
Para tanto, quer contribuir para que o povo possa exigir e conquistar a democracia direta e participativa em relação às questões que digam respeito aos interesses de todo o povo e da nação brasileira; exercer o controle social sobre o Estado, especialmente no que se refere aos direitos básicos da população; defender a soberania nacional tão ameaçada pelos imperialismos estadunidense e europeu; construir um projeto popular para a política brasileira.
O Grito deste ano quer salientar como sinais de morte para o povo brasileiro, portanto, contrários à vida: a corrupção e sua impunidade; o mau uso dos recursos públicos; a violência contra a vida humana; a agressão a todas as formas de vida; a falta de universalização dos direitos básicos (negados à maioria do povo trabalhador); as reformas neoliberais que roubam direitos dos trabalhadores; a criminosa concentração de terras e a não realização da reforma agrária; a proliferação do trabalho escravo nas fazendas de corte da cana e em muitas empresas; o crescimento vergonhoso da prostituição infantil. E quantos outros sinais de morte – do corpo e do espírito – existem e que comprometem a vida da população mais carente deste país?
Não deixe seu grito reprimido!
Cada cidadão e cada cidadã têm a chance de dar a sua contribuição nesse esforço para chamar a atenção dos governantes, para cobrar que a justiça encontre seu lugar e finalmente prevaleçam neste país tropical os direitos garantidos pela Constituição brasileira e universalmente consagrados.
Participe você também, leitor(a) do Correio da Cidadania. Convença seus amigos e suas amigas a participarem com você. Faça parte desse grande mutirão para a construção de um novo Brasil, aonde crianças não venham mais a morrer por falta de alimentação adequada ou por falta de atendimento médico; aonde todos tenham a chance de ter um trabalho e salário que garantam vida familiar sadia, moradia decente, vida cultural e de lazer com a dignidade de seres humanos. Seja, pois, um dos construtores deste novo país.
Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.
Como bem define seu lema, o Grito de 2008 quer colocar em debate a defesa da vida humana em todas as suas dimensões, desde a concepção à sua defesa em plenitude para todos, não apenas para os detentores do poder e do dinheiro. Visa também a:
- lutar por uma política econômica que respeite – em primeiríssimo lugar – os direitos políticos, sociais, econômicos, culturais e ambientais do povo brasileiro;
- dar seu grito pelo direito inalienável de ter um rigoroso controle social sobre os serviços básicos, fazendo uma crítica radical ao processo de mercantilização dos serviços como a água, energia, telefonia, educação, saúde, transporte, entre outros tantos;
- ser um apoio a todas as formas de lutas dos povos explorados, contra toda forma de imperialismo (como o Tratado de "Livre" Comércio), a militarização e a exploração do chamado Terceiro Mundo através das dívidas públicas.
Para tanto, quer contribuir para que o povo possa exigir e conquistar a democracia direta e participativa em relação às questões que digam respeito aos interesses de todo o povo e da nação brasileira; exercer o controle social sobre o Estado, especialmente no que se refere aos direitos básicos da população; defender a soberania nacional tão ameaçada pelos imperialismos estadunidense e europeu; construir um projeto popular para a política brasileira.
O Grito deste ano quer salientar como sinais de morte para o povo brasileiro, portanto, contrários à vida: a corrupção e sua impunidade; o mau uso dos recursos públicos; a violência contra a vida humana; a agressão a todas as formas de vida; a falta de universalização dos direitos básicos (negados à maioria do povo trabalhador); as reformas neoliberais que roubam direitos dos trabalhadores; a criminosa concentração de terras e a não realização da reforma agrária; a proliferação do trabalho escravo nas fazendas de corte da cana e em muitas empresas; o crescimento vergonhoso da prostituição infantil. E quantos outros sinais de morte – do corpo e do espírito – existem e que comprometem a vida da população mais carente deste país?
Não deixe seu grito reprimido!
Cada cidadão e cada cidadã têm a chance de dar a sua contribuição nesse esforço para chamar a atenção dos governantes, para cobrar que a justiça encontre seu lugar e finalmente prevaleçam neste país tropical os direitos garantidos pela Constituição brasileira e universalmente consagrados.
Participe você também, leitor(a) do Correio da Cidadania. Convença seus amigos e suas amigas a participarem com você. Faça parte desse grande mutirão para a construção de um novo Brasil, aonde crianças não venham mais a morrer por falta de alimentação adequada ou por falta de atendimento médico; aonde todos tenham a chance de ter um trabalho e salário que garantam vida familiar sadia, moradia decente, vida cultural e de lazer com a dignidade de seres humanos. Seja, pois, um dos construtores deste novo país.
Waldemar Rossi é metalúrgico aposentado e coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo.
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