Acabou a lua de mel entre as empresas e os sindicalistas, que subiram o tom nas mesas de negociação das campanhas salariais deste ano. A reportagem é de Lino Rodrigues e Cássia Almeida e publicada pelo jornal O Globo, 11-09-2010.
Com a situação econômica favorável, grandes categorias como os metalúrgicos da região do ABC paulista começaram a cruzar os braços esta semana para forçar as montadoras, cujas vendas batem recordes sucessivos, a negociar condições mais vantajosas.
Ontem, os trabalhadores da Ford de São Bernardo do Campo interromperam a produção por duas horas no turno da manhã. Eles protestavam porque o sindicato patronal sequer apresentou uma proposta de reajuste salarial aos empregados, que têm data base em 1.º de setembro. Na quinta-feira, as linhas de montagem da Mercedes Benz, daVolkswagen e da Scania já haviam sido paralisadas pelo mesmo motivo.
Hoje, em uma nova assembleia, marcada para as 10h, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não descarta a apresentação de uma proposta de greve por tempo indeterminado, a partir da próxima segunda-feira.
— Existe a possibilidade de greve, caso as bancadas patronais não apresentem proposta até o horário da assembleia.
Resumindo: ou tem proposta, ou tem greve — disse o presidente do sindicato, Sérgio Nobre, ontem no fim da tarde, preparando-se para uma longa negociação que prometia avançar madrugada adentro.
Funcionários da LG em Taubaté fazem paralisação
A pressão dos sindicatos não é exclusividade do setor automobilístico.
Funcionários da LG de Taubaté também estão promovendo paralisações, para que a empresa apresente uma nova proposta de reajuste. Amanhã, numa nova assembleia o sindicato local deve colocar em votação proposta de greve aos 2,4 mil funcionários da empresa.
Os bancários, em campanha nacional que envolve mais de 400 mil trabalhadores, também estão empenhados em conseguir 11% de reajuste salarial, além de outros benefícios como a melhoria da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e valorização dos pisos, além de auxílio educação e mudanças na política de relações de trabalho, para inibir o assédio moral e as doenças ocupacionais. Mas as conversas com o sindicato patronal pouco avançaram, apesar dos resultados recordes alcançados pelos bancos.
— Os bancos não estão levando a sério nossas reivindicações.
Cerca de 1.200 bancários são afastados por doença mensalmente, metade com LER/DORT e doenças psíquicas.
A categoria está pronta para uma greve ainda maior que a de 2009 — advertiu Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Magnus Apostólico, diretor de Relações de Trabalho da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), diz que 11% de aumento é inviável:
— Essa proposta não tem viabilidade diante de uma inflação próxima de 4%. Temos que trazer esse número para realidade.
Segundo Apostólico, sobre a questão de saúde, há um trabalho que cria canais de comunicação seguros para as denúncias de assédio moral, com prazo para obter solução.
Fim de semana será decisivo, diz sindicato dos metalúrgicos
Ainda na região do ABC, empresas dos chamados Grupos 2 (máquinas, aparelhos elétricos e eletrônicos) e 10 (serralherias, lâmpadas e prensas) já entregaram comunicado de greve para os representantes das bancadas patronais com prazo de 48 horas para definir uma proposta.
Hoje, se não houver uma proposta para votar na assembleia, marcada para esta manhã, os trabalhadores vão cruzar os braços por tempo indeterminado.
Em São José dos Campos e Taubaté, onde GM, Volkswagen e Ford têm unidades, os trabalhadores ainda estão sem proposta das montadoras, e marcaram assembleias para este fim de semana.
Na região da grande Curitiba, no Paraná, a situação dos cerca de 10 mil metalúrgicos que trabalham nas montadoras Renault, Volks e Volvo não é diferente. Também à espera de uma proposta do sindicato patronal, eles fazem votações hoje para forçar uma definição por parte das empresas.
As negociações com o sindicato patronal não avançaram e o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região passou a negociar diretamente com as empresas.
A proposta da entidade é de 12% de reajuste, sendo 7% de aumento real, abono salarial de R$ 4.200, e alta de 15% no piso salarial da categoria.
— Será um fim de semana decisivo para a categoria dos metalúrgicos — disse o presidente da Federação dos Metalúrgicos, da Central Única dos Trabalhadores (Fem-CUT), Valmir Marques, que espera uma proposta de no mínimo 9% de reajuste nos salários, percentual negociado e aceito pelos trabalhadores de autopeças.
Outra categoria em plena campanha são os petroleiros — mais de cem mil trabalhadores entre próprios e terceirizados e já fizeram uma paralisação de advertência na sexta-feira retrasada.
Eles pedem reposição de 5% de inflação e 10% de ganho real.
Com a situação econômica favorável, grandes categorias como os metalúrgicos da região do ABC paulista começaram a cruzar os braços esta semana para forçar as montadoras, cujas vendas batem recordes sucessivos, a negociar condições mais vantajosas.
Ontem, os trabalhadores da Ford de São Bernardo do Campo interromperam a produção por duas horas no turno da manhã. Eles protestavam porque o sindicato patronal sequer apresentou uma proposta de reajuste salarial aos empregados, que têm data base em 1.º de setembro. Na quinta-feira, as linhas de montagem da Mercedes Benz, daVolkswagen e da Scania já haviam sido paralisadas pelo mesmo motivo.
Hoje, em uma nova assembleia, marcada para as 10h, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC não descarta a apresentação de uma proposta de greve por tempo indeterminado, a partir da próxima segunda-feira.
— Existe a possibilidade de greve, caso as bancadas patronais não apresentem proposta até o horário da assembleia.
Resumindo: ou tem proposta, ou tem greve — disse o presidente do sindicato, Sérgio Nobre, ontem no fim da tarde, preparando-se para uma longa negociação que prometia avançar madrugada adentro.
Funcionários da LG em Taubaté fazem paralisação
A pressão dos sindicatos não é exclusividade do setor automobilístico.
Funcionários da LG de Taubaté também estão promovendo paralisações, para que a empresa apresente uma nova proposta de reajuste. Amanhã, numa nova assembleia o sindicato local deve colocar em votação proposta de greve aos 2,4 mil funcionários da empresa.
Os bancários, em campanha nacional que envolve mais de 400 mil trabalhadores, também estão empenhados em conseguir 11% de reajuste salarial, além de outros benefícios como a melhoria da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e valorização dos pisos, além de auxílio educação e mudanças na política de relações de trabalho, para inibir o assédio moral e as doenças ocupacionais. Mas as conversas com o sindicato patronal pouco avançaram, apesar dos resultados recordes alcançados pelos bancos.
— Os bancos não estão levando a sério nossas reivindicações.
Cerca de 1.200 bancários são afastados por doença mensalmente, metade com LER/DORT e doenças psíquicas.
A categoria está pronta para uma greve ainda maior que a de 2009 — advertiu Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Magnus Apostólico, diretor de Relações de Trabalho da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), diz que 11% de aumento é inviável:
— Essa proposta não tem viabilidade diante de uma inflação próxima de 4%. Temos que trazer esse número para realidade.
Segundo Apostólico, sobre a questão de saúde, há um trabalho que cria canais de comunicação seguros para as denúncias de assédio moral, com prazo para obter solução.
Fim de semana será decisivo, diz sindicato dos metalúrgicos
Ainda na região do ABC, empresas dos chamados Grupos 2 (máquinas, aparelhos elétricos e eletrônicos) e 10 (serralherias, lâmpadas e prensas) já entregaram comunicado de greve para os representantes das bancadas patronais com prazo de 48 horas para definir uma proposta.
Hoje, se não houver uma proposta para votar na assembleia, marcada para esta manhã, os trabalhadores vão cruzar os braços por tempo indeterminado.
Em São José dos Campos e Taubaté, onde GM, Volkswagen e Ford têm unidades, os trabalhadores ainda estão sem proposta das montadoras, e marcaram assembleias para este fim de semana.
Na região da grande Curitiba, no Paraná, a situação dos cerca de 10 mil metalúrgicos que trabalham nas montadoras Renault, Volks e Volvo não é diferente. Também à espera de uma proposta do sindicato patronal, eles fazem votações hoje para forçar uma definição por parte das empresas.
As negociações com o sindicato patronal não avançaram e o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e Região passou a negociar diretamente com as empresas.
A proposta da entidade é de 12% de reajuste, sendo 7% de aumento real, abono salarial de R$ 4.200, e alta de 15% no piso salarial da categoria.
— Será um fim de semana decisivo para a categoria dos metalúrgicos — disse o presidente da Federação dos Metalúrgicos, da Central Única dos Trabalhadores (Fem-CUT), Valmir Marques, que espera uma proposta de no mínimo 9% de reajuste nos salários, percentual negociado e aceito pelos trabalhadores de autopeças.
Outra categoria em plena campanha são os petroleiros — mais de cem mil trabalhadores entre próprios e terceirizados e já fizeram uma paralisação de advertência na sexta-feira retrasada.
Eles pedem reposição de 5% de inflação e 10% de ganho real.
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