sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Governo amplia prazo para pagamento da dívida rural

Produtor com dívida que vence no 1º trimestre tem até 31 de março para quitar José Múcio (Relações Institucionais) reabriu na semana passada a discussão para renegociar R$ 140 bilhões de dívida do setor DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo aprovou ontem a ampliação para 31 de março do prazo de pagamento das dívidas rurais, mas só para os financiamentos que vencem no primeiro trimestre deste ano. Desde o ano passado, os produtores agrícolas, apoiados pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e a bancada agrícola do Congresso pediram ao presidente Lula a renegociação destas dívidas. As negociações estavam quase fechadas, mas foram suspensas pelo governo com a perda de arrecadação da CPMF. Na semana passada, as conversas foram reabertas pelo ministro José Múcio (Relações Institucionais), a pedido do presidente Lula, para agradar os parlamentares ruralistas. A dívida rural total é estimada em R$ 140 bilhões, dos quais 70% foram concedidos pelo Banco do Brasil. Múcio defendeu a renegociação da dívida. No dia 24, ele se reuniu com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Agricultura, Reinhold Stephanes, além do presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Marcos Montes (DEM-MG), para discutir o assunto. Segundo o secretário-adjunto de Política Econômica da Fazenda, Gilson Bittencourt, a dívida a ser paga no primeiro trimestre não passa de R$ 200 milhões. Ele disse que até o fim de março, o governo pretende concluir um projeto para refinanciar as dívidas dos produtores agrícolas. Mas, por enquanto, estes continuam na lista negra de inadimplentes, o que significa que não podem tomar novos empréstimos. Bittencourt disse que o maior problema se concentra nas dívidas acumuladas nas décadas de 80 e 90, que somam R$ 30 bilhões. Outros R$ 10 bilhões venceram nos últimos sete anos. Ele negou que a renegociação das dívidas dos produtores agrícolas atenda a necessidades políticas do governo. As dívidas que tiveram o prazo prorrogado para 31 de março são as com risco ancorados em títulos do Tesouro, ou tomadas nos fundos constitucionais, como o FNE (Fundo do Nordeste). A CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária) informou que não iria se pronunciar porque os técnicos acharam a medida confusa e preferiam esperar a publicação no "Diário Oficial" da União. Procurado, o ministro da Agricultura não se pronunciou. A assessoria disse que ele estaria incomunicável durante o dia. (JULIANA ROCHA)

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