Estadão, 05.02.2008
Carnaval vermelho’ é para cobrar assentamentos, dizem líderes
Sandro Villar
Dez fazendas foram invadidas ontem por centenas de sem-terra no Pontal do Paranapanema, no interior de São Paulo. Com isso subiu para 14 o total de propriedades ocupadas em dez municípios da região desde domingo, na operação denominada de “carnaval vermelho”. É um número maior do que o registrado no ano passado, quando 12 fazendas foram invadidas no mesmo período de carnaval. Os números foram divulgados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST), que liderou as invasões, com o apoio do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast). Até a noite de ontem, porém, a Polícia Militar não havia divulgado nenhum relatório oficial sobre as ações. Na lista das dez áreas invadidas estão as Fazendas Beira Rio, no município de Teodoro Sampaio, Estrela da Laranja Doce, em Martinópolis, e Cobra, em Dracena. No domingo já tinham sido invadidas as Fazendas Iara, em Euclides da Cunha Paulista, Boa Esperança, em Martinópolis, Guarani, em Presidente Bernardes, e Santa Lurdes, em Flora Rica. Em nenhum caso houve registro de violência, mas o dono da Boa Esperança, Luiz Egídio Constantino, chegou a ser impedido temporariamente de deixar a propriedade. Um balanço final das ocupações deverá ser divulgado hoje pelo MST. Ontem, o coordenador do movimento na região, Claudemir Silva Novais, destacou algumas ações. “A Fazenda Cobra tem 550 hectares e lá estão 70 famílias. Na Beira Rio são 48 famílias; e na Estrela da Laranja Doce, 60.” As outras fazendas ficam nos municípios de Caiuá, Presidente Venceslau e Presidente Epitácio. Segundo Novais, o objetivo das invasões é pressionar as autoridades para que assentem cerca de 500 famílias que há três anos estão acampadas na beira da estrada. “Também estamos protestando contra a lentidão do governo José Serra na condução da reforma agrária.”
Carnaval vermelho’ é para cobrar assentamentos, dizem líderes
Sandro Villar
Dez fazendas foram invadidas ontem por centenas de sem-terra no Pontal do Paranapanema, no interior de São Paulo. Com isso subiu para 14 o total de propriedades ocupadas em dez municípios da região desde domingo, na operação denominada de “carnaval vermelho”. É um número maior do que o registrado no ano passado, quando 12 fazendas foram invadidas no mesmo período de carnaval. Os números foram divulgados pelo Movimento dos Sem-Terra (MST), que liderou as invasões, com o apoio do Movimento dos Agricultores Sem-Terra (Mast). Até a noite de ontem, porém, a Polícia Militar não havia divulgado nenhum relatório oficial sobre as ações. Na lista das dez áreas invadidas estão as Fazendas Beira Rio, no município de Teodoro Sampaio, Estrela da Laranja Doce, em Martinópolis, e Cobra, em Dracena. No domingo já tinham sido invadidas as Fazendas Iara, em Euclides da Cunha Paulista, Boa Esperança, em Martinópolis, Guarani, em Presidente Bernardes, e Santa Lurdes, em Flora Rica. Em nenhum caso houve registro de violência, mas o dono da Boa Esperança, Luiz Egídio Constantino, chegou a ser impedido temporariamente de deixar a propriedade. Um balanço final das ocupações deverá ser divulgado hoje pelo MST. Ontem, o coordenador do movimento na região, Claudemir Silva Novais, destacou algumas ações. “A Fazenda Cobra tem 550 hectares e lá estão 70 famílias. Na Beira Rio são 48 famílias; e na Estrela da Laranja Doce, 60.” As outras fazendas ficam nos municípios de Caiuá, Presidente Venceslau e Presidente Epitácio. Segundo Novais, o objetivo das invasões é pressionar as autoridades para que assentem cerca de 500 famílias que há três anos estão acampadas na beira da estrada. “Também estamos protestando contra a lentidão do governo José Serra na condução da reforma agrária.”
PROJETO
O governador paulista também foi criticado por José Rainha, um dos principais líderes do MST na região. Na opinião dele, Serra tem deixado de aplicar o dinheiro que recebe do governo federal para a reforma agrária, com o objetivo de prejudicar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva num ano eleitoral. “O Serra não comprou as terras para fazer a reforma agrária. Recebeu R$ 11 milhões em 2007 e preferiu construir presídios e Febens. O Itesp não prestou contas ao governo federal.” Rainha acredita que a reforma agrária deveria ser executada exclusivamente pelo governo federal, sem a participação dos Estados. Ontem ele também criticou o projeto do governo estadual de regularização das propriedades do Pontal - região do oeste do Estado onde os conflitos têm prosperado em decorrência da ausência de títulos legais de propriedade em muitas áreas. Pelo projeto do governo, os fazendeiros receberiam títulos definitivos, em troca da entrega de uma parte das terras que ocupam. Segundo Rainha, o governo só pretende requisitar 15% das terras dos fazendeiros - índice que ele considera inaceitável. “A Justiça já provou que são terras sem donos, com escrituras duvidosas.” O Estado tentou localizar representantes do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e do governo estadual, na sede das instituições e por celular, mas eles não foram encontrados.
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