INFORMAÇÕES:
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Via Campesina se manifesta sobre atual reunião da OMC

28-Jul-2008 - Fonte: Correio da Cidadania
Genebra, 2 de julho 2008
As políticas da OMC têm destruído os mercados agrícolas e alimentícios. Têm conduzido a uma privatização dos serviços e dos recursos naturais e têm gerado uma febre especulativa sobre a qual os governos nacionais não possuem controle algum. Como resultado dessa especulação com a alimentação, milhões de pessoas têm passado a sofrer o grave mal da desnutrição. A atual crise alimentar mundial é uma conseqüência direta da liberalização dos mercados e das políticas alimentares e agrícolas. Não se trata de uma crise de produção, senão de uma crise política. Nunca houve tantos alimentos no planeta, mas as ilegalidades na distribuição dos alimentos têm piorado em função das altas dos preços em favor das corporações transnacionais.
- Eka Kurniawan Sago Indra: campesino indonésio, produtor de arroz no oeste de Sumatera. É um dos líderes da União Campesina indonésia (Serikat Petani Indonesia/ SPI), membro da Via Campesina.
- Jaime Tadeo: produtor de arroz, líder da organização campesina filipina PARAGOS, membro da Via Campesina.
- José Luis Hernández: vice-presidente da Unión Nacional de Trabajadores (UNT) e secretário de Assuntos Sindicais da Central Independiente de Campesinos y Trabajadores Rurales, membro da Via Campesina. Contato: Tejo Pramono, +41 788760163 - http://www.viacampesina.org/
domingo, 27 de julho de 2008
Incêndio Criminoso destrói aldeia indígena Guarani na Praia de Camboinhas em Niterói

Numa atitude covarde, criminosos destruíram, no último dia 18, a aldeia Guarani instalada desde abril na praia de Camboinhas, endereço nobre na região oceânica de Niterói, na Grande Rio de Janeiro. O incêndio ocorreu no momento em que os homens do grupo participavam de uma reunião em outro ponto do bairro. Somente mulheres, crianças e um índio estavam na aldeia. O fogo deixou ferido o indígena Joaquim Karaí Benite, de 43 anos, que teve queimaduras de segundo grau nas costas e no braço esquerdo. De acordo com a Polícia Civil, o incêndio foi criminoso. Lídia Nunes, de 67 anos, espécie de líder do grupo, ouviu quando um homem gritou: "Olha os índios pegando fogo!". Segundo Lídia, ele correu em direção ao canal que divide as praias de Camboinhas e Itaipu. Quando o fogo começou, havia muitas crianças no local. As índias correram para tirar três bebês, um de 11 meses, um de 1 ano e outro de 1 ano e 3 meses de uma das ocas.
Em todo o Brasil, os indígenas se organizam para retomada de seus territórios tradicinais com base em seus direitos originários, no artigo 231 da constituição federal e na declaração dos diretos dos povos indígenas assinada pelas Nações Unidas em 2007. Segundo declaração de Márcio Meira, presidente da FUNAI, a população indígena tem crescido nos últimos anos, isso demonstra que as pessoas estão perdendo o medo de se declararem como indígenas e assumindo a sua origem ancestral. As elites brasileiras temem que o povo assuma sua origem indígena, e busquem conhecer mais sobre a espiritualidade e sobre as categorias da cosmovisão dos povos nativos, já que tais modos de ver e lidar com a realidade colocam a civilização do consumo e descarte em xeque.
Justiça no Pará: juiz realiza cruzada contra movimentos sociais

25-Jul-2008 - Correio da Cidadania
1) A revogação da prisão preventiva do fazendeiro Aldimir Lima Nunes, o "Branquinho", denunciado pelos crimes de homicídio, trabalho escravo, aliciamento, ameaças a autoridades federais e grilagem de terra. Preso pela Polícia Federal, depois de ter fugido da delegacia regional de Marabá pelas portas da frente, mesmo assim, foi posto em liberdade em 2004, pela então juiz federal de Marabá.
Agora só falta a Assembléia Legislativa render homenagens ao juiz.
MST ocupa fazenda comprada por Dantas ilegalmente no Pará
25-Jul-2008 - Correio da Cidadania
Cerca de 1.000 trabalhadores sem-terra ocuparam a Fazenda Maria Bonita, no município de Xinguara, a cerca de 25 quilômetros de Eldorado dos Carajás, no Pará, na manhã desta sexta-feira (25/07). Os lavradores denunciam que a área, comprada ilegalmente em 2005 pela empresa Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, pertencente ao grupo Opportunity, controlado pelo banqueiro Daniel Dantas, é pública e deve ser destinada à reforma agrária. A área pertence ao estado e, por isso, sua venda era proibida, segundo o Instituto de Terras do Pará (Iterpa).
A ação integra a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, realizada em torno do Dia do Trabalhador Rural, em 25 de julho, que denuncia a lentidão no processo de criação de assentamentos, as promessas não cumpridas e a prioridade do governo ao modelo do agronegócio. As ações condenam também a criminalização dos movimentos sociais, especialmente no Rio Grande do Sul e no Pará. Desde segunda-feira, foram realizados protestos em Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe, somando 13 estados. As mobilizações devem continuar durante agosto.
Sinais dos tempos: a luta de classes se acirra
25-Jul-2008 - Fonte: Correio da Cidadania
Muito se tem escrito sobre os conflitos entre o capital e o trabalho. Em quase sua totalidade, a abordagem mostra os avanços do capitalismo, as freqüentes derrotas dos trabalhadores e os recuos e fraquezas do movimento sindical e social em nível mundial.
Era o início dos esforços para dividir e enfraquecer o movimento popular, criando entidades fantoches tipo CGT e Força Sindical, cooptar direções como as da UNE, CUT e de partidos de esquerda, tipo PCB (sua antiga direção), PSDB, PT e PC do B.
Mas a História não acabou, como dizem os aliados da classe dominante. Por baixo das cinzas muita brasa continuou a arder, mantendo aquecido o sonho de conquista da justiça social. Como em toda a história dos povos, o vulcão de novos movimentos populares entra em erupção no Brasil também, como vem acontecendo em vários países no mundo. Estamos presenciando - ainda que a mídia insista em negar todas as informações ou a distorcê-las – a retomada das forças reivindicativas. Desde as ocupações do MST e Via Campesina, nas questões da terra, passando pelas greves dos professores de vários níveis, estudantes, carteiros, petroleiros, metalúrgicos, do funcionalismo municipal, polícias.
Mas há também uma onda crescente de manifestação da insatisfação com as políticas do atual governo, para a qual contribuiu muitíssimo a renúncia da então ministra do Meio Ambiente, Marina da Silva e pelas denúncias de irregularidades e falcatruas que envolvem as três esferas dos Poderes da República. Muitos que até então defendiam o atual governo já não o fazem mais.
segunda-feira, 21 de julho de 2008
The Story of Stuff (La Historia de las cosas)

* EJES: Gran Biblioteca de las Ciencias Empresariales, Jurídicas, Económicas y Sociales
* EMVI: Enciclopedia Economía Multimedia Interactiva
* HESLA: Biblioteca Selecta de la Historia Económica y Social de Latinoamérica
* BSMEX: Biblioteca Selecta de Política, Historia, Economía y Sociedad de México
Nuevos textos introducidos en la Enciclopedia y Biblioteca Virtual de EUMEDNET del 1 de julio hasta hoy.
En la "Biblioteca Virtual de Ciencias Jurídicas, Económicas y Sociales"
409
Thinking on Development: Enfoques teóricos y Paradigmas del Desarrollo
Francisco José Calderón Vázquez
408
Marco normativo del régimen contributivo
Julio Mario Orozco Africano
407
Liderazgo y realidad nacional
Deymor Beyter Centty Villafuerte
406
Modelo de formación y desarrollo a implementar en las Universidades
Xie Qian, Zhou Li y Yizhou Zhou
405
El estudio operativo de la psicología
Josep Maria Franquet i Bernis
404
Migración, percepción cultural del trabajador periférico en el centro (constitución simbólica en contextos estructurados)
Ricardo Contreras Soto
403
El desarrollo empresarial desde la perspectiva local
Carlos Barrios Napurí
TODOS LOS LIBROS DE NUESTRA BIBLIOTECA VIRTUAL SON ACCESIBLES GRATUITAMENTE DESDE www.eumed.net/libros/
En la revista
"Contribuciones a las Ciencias Sociales"
ISSN: 1988-5245
Ernesché Rodríguez Asien
Irene Veronica Velásquez Velásquez
o El derecho de defensa en el nuevo modelo procesal penal
Luis Villalobos García y Humberto Ponce Talancón
o La educación como factor del desarrollo integral socioeconómico
Marcelo Nunes Apolinário
o O crime de participação em suicídio no código penal
Marco Aurelio Mathus Robles
o Principales aportaciones teóricas sobre la pobreza
Adrián López
o Algunas hipótesis acerca de las posibles causas de la propagación de ciertas “modas intelectuales”
En la revista
"Contribuciones a la Economía" ISSN 1696-8360
Angie Fernández Lorenzo y Marianela González Amador
o La gestión empresarial cooperativa. Notas para un debate
Roberto Pons García, Zhao Hui Yuan y Dayana Duffus Miranda
o El marketing y la Imagen del Comercio Minorista de Bienes
Graccho M. Maciel
Carta aberta aos gurus da economia
En la revista
"Observatorio de la Economía y la Sociedad China" (Nº7) ISSN: 1887-3197
ARTÍCULOS
ECONOMÍA Y FINANZAS
Gustavo A. Cardozo
Asia y China ¿Motores de la crisis agrícola mundial? “El caso argentino”
Pedro A. Villezca Becerra
POLÍTICA Y RELACIONES INTERNACIONALES
Javier Diéguez Suárez
Xulio Ríos
CULTURA Y SOCIEDAD
Jesús Ángel Merino Sancho
Joaquín Hidalgo
DOCUMENTOS
Reporteros sin Fronteras
Comunicado de prensa Banco Mundial Nº:2009/017/EXC
En la revista "Observatorio de la Economía Latinoamericana" (Número 100) ISSN 1696-8352
Ricardo Tito Atahuichi Salvatierra
Camilo Herrera Mora y Humberto Rincón Alvarez
o La economía del contenido en Colombia
Irenio Curbelo Tribicio
Teresa Torrente Sera y Carlos Vilariño Corella
María Cristina Soto Ibáñez
Ana Luz Ramos Soto y Armando Simón Reyes
Herrera S. Gregorio, García S. Arturo y García D. Rodolfo
sábado, 19 de julho de 2008
Mais de cinco milhões de crianças trabalham na América Latina
18-Jul-2008 - Fonte: Correio da Cidadania
O estudo "O trabalho infantil e os problemas da inserção no trabalho da juventude na América Central, Panamá e República Dominicana: restrições ao desenvolvimento de trajetórias trabalhistas positivas", da Organização Internacional do Trabalho (OIT), apontou que o trabalho infantil, em suas piores formas, continua sendo um grande desafio na sub-região, apesar da expressiva redução observada nos últimos anos e do importante desenvolvimento institucional que vem apresentando os países em relação a esse tema.
O trabalho não por abolir é aquele que tem a forma de trabalho rápido, como afirma o artigo 7 do Convênio 138 da OIT. A idade de ingresso pode estar entre 12 e 14 anos. O tipo de trabalho não pode prejudicar a sua saúde e desenvolvimento nem a freqüência à escola ou programas de formação profissional. O Convênio 33 da OIT estabelece o máximo de 14 horas por semana.
A Guatemala é o país que apresenta o maior índice de trabalho infantil e adolescente, correspondendo a uma em cada cinco crianças. De 2000 a 2006, essa taxa diminuiu quase 2%, o mesmo que em El Salvador. Já em Nicarágua, essa redução foi de apenas 1%. Com isso, o estudo concluiu que está ocorrendo uma diminuição lenta, mas sustentável.
Publicado originalmente em Adital.
quinta-feira, 10 de julho de 2008
D. José Maria se manifesta em favor das famílias sem terra do Pontal do Paranapanema

Fonte: Correio da Cidadania - 09-Jul-2008
Os problemas enfrentados pelos camponeses trabalhadores do campo brasileiro, notadamente pelos pequenos produtores rurais, sem-terra, acampados, assentados, assalariados rurais e pelas diversas e diferentes comunidades ribeirinhas, fazem parte das preocupações da Diocese de Presidente Prudente e conseqüentemente da CPT (Comissão Pastoral da Terra).
É com preocupação que olhamos o presente e o futuro do povo no Pontal do Paranapanema, que vive do trabalho na terra. A política oficial do país subordina-se às ordens de um sistema neoliberal, apoiando e estimulando abertamente o agronegócio intensivo e extensivo, que está estrangulando nossos pequenos agricultores e os trabalhadores em geral, tanto da cidade, quanto do campo, inviabilizando sua sobrevivência.
Sabemos que em nossa região - Pontal do Paranapanema - o governo vem favorecendo este processo, com o incentivo à monocultura da cana-de-açúcar. Chama a atenção a ação do Estado, que não têm tomado medidas suficientes para cumprir a Constituição no sentido de reaver as terras públicas griladas e de destiná-las para reforma agrária.
O velho problema fundiário brasileiro, a grilagem, foi a responsável pela devastação ambiental de grandes áreas, pela violência contra comunidades autóctones e pela invasão de territórios indígenas na região do Pontal. As dívidas sociais que o Estado tem para com o povo desta região são grandes e devem ser resgatadas primeiro. Isso vale, sobremaneira, em relação aos povos da terra e das águas, que continuam obrigados a viver em condições sempre mais precárias, pela quase total falta de vontade política. O Estado não pode promover políticas que mantêm e expandem modelos comprovadamente causadores desse aumento trágico de miséria.
Historicamente, as terras e as águas sempre foram controladas pelos mais fortes e colocadas a serviço de interesses de poucos, às custas da opressão do povo do campo, contando com a omissão do Estado. Creio que esta realidade ainda não mudou e o Projeto de Lei nº 578/2007 sobre regularização de terras acima de 500 hectares, apresentado pelo governo do Estado, perpetua em nossa região a concentração da propriedade da terra e do latifúndio. As políticas agrícolas e agrárias estão se submetendo aos interesses do agronegócio (expansão da cana-de-açúcar).
Este projeto de Lei que quer regularizar as terras do Pontal do Paranapanema é um retrocesso, pois vai contra os anseios de centenas de famílias que lutam pela reforma agrária, por vida digna. É um desrespeito à luta popular. O objetivo de qualquer lei deve ser criar a possibilidade de agilizar a arrecadação de terras para a implantação de assentamentos de trabalhadores rurais. O que está em discussão na justiça, segundo dados da Procuradoria Geral do Estado, são aproximadamente 325.000 mil hectares (área em discriminação) e 11.223 hectares (áreas em reivindicação) de terras no Pontal do Paranapanema. Dá para assentar mais de 15 mil famílias. Isto significaria quase quadruplicar o número de famílias já assentadas na região.
A terra não pode ser transformada em simples mercadoria para produzir lucros, através da especulação ou da exploração do trabalho. A concentração de terras devolutas que deixa milhões de famílias sem terra e sem trabalho é uma afronta aos mais elementares direitos da pessoa humana, uma agressão à razão humana e uma usurpação ilegítima do bem comum.
As terras já estão sendo discutidas na justiça. Temos que esperar por decisões judiciais, mesmo que lentas, pois está em jogo o sonho de milhares de trabalhadores que querem viver dignamente no campo, pois sacramentar a usurpação, dignificar a grilagem é imoral, é crime, é pecado. Reafirmamos que a terra deve sempre ser "terra de trabalho", lugar de viver, e não deve se tornar "terra de negócio".
Diga não ao Projeto de Lei n 578/2007 que regulariza terras devolutas acima de 500 hectares no Pontal.
Dom José Maria L. C. Saracho,
Bispo da Diocese de Presidente Prudente, Bispo
Responsável pela CPT São Paulo.
Mais informações http://www.cptsp.com.br/
Brigada Militar elabora relatório que liga MST ao narcotráfico para criminalizar Movimentos Sociais no RS
Por DIREITO A TERRA 26/06/2008 às 15:45
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) vem sofrendo uma ofensiva por parte dos poderes públicos federais, estaduais e militares no Rio Grande do Sul. Após investigações secretas feitas pela Brigada Militar do RS, foi elaborado um relatório que resultou em três ações articuladas contra o movimento, pelo Ministério Público Federal de Carazinho, pelo Conselho Superior do Ministério Público do RS e pelo Estado Maior da Brigada Militar onde caracterizam o MST e a Via Campesina como organizações criminosas organizadas como se fossem operações paramilitares e pedem a extinção do movimento.
As iniciativas da Brigada Militar não ocorriam no Brasil desde o término da ditadura militar brasileira, sendo atentatórias à Constituição Federal de 1988 que proibiu as polícias militares de atuarem na investigação de infrações penais e de movimentos sociais ou partidos políticos.
Depois de seis meses de investigações levadas a cabo por dois promotores de justiça, no dia 3/12/07 o Conselho Superior do Ministério Público do RS aprovou por unanimidade o voto-relatório elaborado pelo procurador de justiça Gilberto Thums, nos autos do processo nº 16315-09-00/07-9, onde foram aprovadas quatro constatações e uma série de encaminhamentos contra o MST, dentre elas:
Links: Pedido de Solidariedade ao MST Manifesto contra a criminalização do MST MST Denúncia Ditadura no RS a Senadores Vídeo de Mobilizações Sociais no RS Fac-Smile da ata da reunião do Ministério Público Estadual A Guerra Fria do MP gaúcho Complô fascista contra MST Entrevista: "Justiça ressuscita práticas da ditadura" "As origens alemãs da inteligência da BM contra o MST"
'É preciso adotar medidas para neutralizar o MST no RS, desconstituindo-o como um 'movimento legítimo de reivindicação'. A medida é a mesma adotada para a torcida organizada Mancha Verde em São Paulo, que trazia violência aos campos de futebol. Pois bem, chegou a hora do BASTA.' Fls. 107
'Neutralizando o MST e declarando-se ilegal a sua existência, quebra-se o vínculo com a Via Campesina e sua legitimidade de negociação com o poder público'. Fls. 108-109
'Essa é a primeira constatação e as necessárias providências. Assim, voto no sentido de designar uma equipe de Promotores de Justiça para promover ação civil pública com vistas à dissolução do MST e a declaração de sua ilegalidade. Não havendo necessidade de maior investigação sobre o que já foi apurado...' fls. 110
'A segunda constatação reside nos campos de treinamento de seus integrantes para formar uma legião de seguidores e aliciadores do movimento. Existem no Estado três locais onde estariam sendo ministradas lições de guerrilha rural pelos técnicos das FARCS aos membros do MST. Esta informação vem da brigada militar. Um deles chamado Centrão, em Palmeira das Missões, outro CETAP em Pontão e o terceiro em Veranópolis.' fls. 111
'A terceira constatação consiste na desativação e remoção dos acampamentos situados nas regiões de conflitos permanentes, onde o MST escolheu determinado território para ocupação.' Fls. 116
'A quarta constatação consiste na necessidade de intervenção do MP nas relações entre INCRA-RS e a organização dos acamapados, com o fim de promover um recadastramento com identificação de todos os que já receberam lotes do governo e se ainda continuam na terra, bem como os que ainda pretendem permanecer acampados, aguardando o seu assentamento, identificando quem realmente tem origem rural e quem é recrutado como desempregado urbano, apenas para engrossar as fileiras do MST. Quais os assentamentos que são produtivos, o que produzem, e como funcionam esses assentamentos.' fls. 119
Em função desta ação da Brigada Militar, o MPE ingressou com ACP (Ação Civil Pública) impedindo as colunas do MST de entrarem nos quatro municípios da Comarca de Carazinho no RS, e foram ingressadas com várias ações para impedir que as crianças que acompanhavam suas famílias permanecessem nas marchas.
Cabe destacar que a Polícia Federal investigou o MST durante todo o ano de 2007, concluindo a inexistência de vínculos do movimento com as FARC, da presença de estrangeiros realizando treinamento de guerrilha nos acampamentos e da prática de crimes contra a segurança nacional.
O MST considera essa política decorrente da forte especulação fundiária no Estado e alerta que os empresários do agronegócio mantêm fortes ligações com a governadora Sra. Yeda Crusius, Brigada Militar, poder judiciário local e mídia corporativa.
Comunidade Guarani é expulsa da beira de uma estrada pela Justiça Estadual em Eldorado do Sul (RS)
Por MOVIMENTO INDÍGENA 08/07/2008 às 01:30
Policiais da Brigada Militar (Polícia Estadual do RS), acompanhados do Oficial de Justiça Bruce Medeiros, efetivaram o desalojo no dia primeiro de julho de 2008. Por ocasião do Mandado de Reintegração de Posse (Processo 165/1.08.0001027-9), ajuizado pela FEPAGRO - Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária, e deferido pela Juíza Luciane Di Domenico, do Poder Judiciário do Estado da Comarca de Eldorado do Sul, RS.
A situação é grave, uma vez que o acampamento Guarani estava fora da área indicada no mandado, ou seja, FORA da propriedade da FEPAGRO, o que claramente invalida a própria ação judicial.
Os Policiais Militares, junto aos funcionários da FEPAGRO recolheram os artesanatos e destruíram a faconadas as estruturas das habitações Guarani, sem a autorização ou presença da FUNAI ou da Polícia Federal, os únicos órgãos com competência para tratar da questão indígena, segundo o artigo 231 da Constituição Federal. Ao solicitar a presença dessas instituições, o líder guarani Santiago Franco não foi respeitado e, devido sua insistência, foi algemado e arrastado à força para uma viatura da Polícia, deixando desamparados as mulheres e crianças de sua família.
Soma-se a este quadro de irregularidades o fato do mandado de despejo e reintegração de posse ter sido emitido tendo como antecendentes e réus um grupo da etnia Kaingang que havia sido previamente removido do local, ser empregado em detrimento do grupo Guarani que não se encontrava no interior da área citada no mandato.
Por toda a bacia hidrográfica do lago Guaíba (onde se encontram diversas cidades, entre elas, Porto Alegre e Guaíba) está repleta de indícios de ocupação Guarani, algumas com alguns milhares de anos, outras que existiram até início da década de 1920. Em um estudo arqueológico da década de 1975, o arqueólogo Sérgio Leite aponta para a existência de um sítio arqueológico na área da FEPAGRO. Segundo o próprio cacique Santiago, "meus antepassados moraram aqui, temos prova de que essa terra é Guarani".
Chamados pelos próprios Guarani no momento da ação, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul registram os ocorridos em video.