Numa atitude covarde, criminosos destruíram, no último dia 18, a aldeia Guarani instalada desde abril na praia de Camboinhas, endereço nobre na região oceânica de Niterói, na Grande Rio de Janeiro. O incêndio ocorreu no momento em que os homens do grupo participavam de uma reunião em outro ponto do bairro. Somente mulheres, crianças e um índio estavam na aldeia. O fogo deixou ferido o indígena Joaquim Karaí Benite, de 43 anos, que teve queimaduras de segundo grau nas costas e no braço esquerdo. De acordo com a Polícia Civil, o incêndio foi criminoso. Lídia Nunes, de 67 anos, espécie de líder do grupo, ouviu quando um homem gritou: "Olha os índios pegando fogo!". Segundo Lídia, ele correu em direção ao canal que divide as praias de Camboinhas e Itaipu. Quando o fogo começou, havia muitas crianças no local. As índias correram para tirar três bebês, um de 11 meses, um de 1 ano e outro de 1 ano e 3 meses de uma das ocas.
Em todo o Brasil, os indígenas se organizam para retomada de seus territórios tradicinais com base em seus direitos originários, no artigo 231 da constituição federal e na declaração dos diretos dos povos indígenas assinada pelas Nações Unidas em 2007. Segundo declaração de Márcio Meira, presidente da FUNAI, a população indígena tem crescido nos últimos anos, isso demonstra que as pessoas estão perdendo o medo de se declararem como indígenas e assumindo a sua origem ancestral. As elites brasileiras temem que o povo assuma sua origem indígena, e busquem conhecer mais sobre a espiritualidade e sobre as categorias da cosmovisão dos povos nativos, já que tais modos de ver e lidar com a realidade colocam a civilização do consumo e descarte em xeque.
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